Frigideiras, para ler e chorar por mais

Comentários e pensamentos da exclusiva responsabilidade dos intervenientes

A minha foto
Nome:
Localização: Portugal


frigideiras@gmail.com

Casamento Civil para todas as famílias


domingo, março 26, 2006

3º Ciclo de Cinema LGBT - 30 de Março a 2 de Abril


A rede ex aequo, a associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros (LGBT) e simpatizantes, irá realizar o seu 3º Ciclo de Cinema no âmbito da Semana da Juventude da Câmara Municipal de Lisboa em 2006. Este Ciclo de Cinema irá ocorrer na Videoteca Municipal de Lisboa nos dia 30, 31 de Março e 1, 2 de Abril.

Cada exibição terá um espaço de debate durante 30m a seguir a cada projecção. A entrada é gratuita.

Mais detalhes em http://www.ex-aequo.web.pt/ciclo.html

sábado, março 25, 2006

Homossexuais masculinos já podem dar sangue em Portugal

Após mais de uma década de protestos vários e de acusações de discriminação sem fundamento científico, o Instituto Português de Sangue (IPS) decidiu acabar com a exclusão de homossexuais masculinos na dádiva de sangue. "A tendência actual é de igualdade de critérios para todas as orientações sexuais, há uma recapitulação em termos internacionais nesta matéria", explicou ao DN o presidente do IPS, Almeida Gonçalves, que sublinha ter sido já retirado, da página de internet do Instituto, o critério de exclusão "homens que têm sexo com homens".

A decisão, tomada no final de 2005, não fora até agora alvo de qualquer anúncio público, pelo que nem as associações de defesa dos direitos dos homossexuais estavam cientes desta mudança na política do IPS. Almeida Gonçalves justifica a discrição com o facto de "se querer fazer isto com naturalidade e rigor científico, sem dar a ideia de que se reagiu a qualquer tipo de pressão", e também por estarem em elaboração, no âmbito da aplicação de uma directiva europeia, as novas regras de selecção de dadores, a cargo de um grupo de trabalho nomeado pelo Instituto. "Quando os critérios estiverem escritos, são publicados em livro e toda a gente vai saber."

Estigma sem fundamento

Almeida Gonçalves justifica esta alteração da política do Instituto com a existência de uma nova geração de análises, os TAN (testes de ampliação de ácidos nucleicos). "Pelo seu grau de fiabilidade muito superior aos antes utilizado, estes testes permitem 'despistar' com muito mais segurança a existência de infecções como a do HIV/sida ou das hepatites". É que, prossegue, "aquilo a que chamamos o 'período de janela' - o período de tempo em que os testes não identificam a infecção apesar de esta existir - era longuíssimo com o tipo de análises antes existente, chegava a ser de mais de seis meses, pelo que os critérios de selecção dos dadores tinham de ser muito apertados. Agora usamos testes que têm um período de janela de uma semana a 15 dias, pelo que podemos ter critérios de selecção mais abertos."

A presidir ao IPS há mais de uma década, Gonçalves foi várias vezes questionado sobre a interdição agora levantada e confrontado com o facto de não haver nenhum comportamento sexual "exclusivo" dos "homens que têm sexo com homens". As suas justificações variaram entre a obediência a critérios internacionais, nomeadamente os americanos (ver caixa), e explicações baseadas, por exemplo, numa alegada "tendência" dos homossexuais masculinos "para uma maior infidelidades nas relações".

Hoje, admite que se tratou de uma estigmatização sem fundamento científico: "Penso que isso se deveu ao facto de o problema da sida ter começado na comunidade gay americana. Hoje, em Portugal e em quase todo o mundo, a principal via de infecção do HIV é heterossexual..." Para as associações que lutam contra a homofobia, esta é uma vitória "que peca por tardia". Paulo Côrte-Real, da ILGA-Portugal, regozija-se, no entanto, com "o fim deste preconceito oficial". Mas espera para ver: "Agora é preciso garantir a aplicação efectiva do novo critério, certificar que não muda no papel e não fica na mesma na prática."

Sérgio Vitorino, das Panteras Rosa/Frente de Combate à Homofobia, concorda. "Não havia nenhum critério científico que presidisse a essa exclusão. Só posso comemorar uma alteração que é resultado de uma luta de mais de 10 anos dentro e fora da classe médica... Resta ver é se quando as novas regras forem publicadas não continuará a haver discriminação."

Afinal, em Outubro, na resposta a um requerimento de uma deputada de Os Verdes ao ministro da Saúde sobre o fundamento da discriminação, o IPS dizia que o que estava em causa no critério em vigor era, não a orientação sexual, mas a prática. Resta saber a que se referiria.

fonte: Diario de Notícias

sexta-feira, março 24, 2006

DEFICIÊNCIA E HOMOSSEXUALIDADE

A reflexão que se impõe

Ser minoria dentro da própria minoria. Assim vivem milhares de pessoas no mundo e em Portugal. Eles são deficientes físicos que se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo.

Some o preconceito para com a homossexualidade ao preconceito para com o deficiente físico. Agora, multiplique pelo que ele sofre dentro da própria comunidade homossexual. Como suportar tanta hostilidade?

Com paciência e perseverança, dádivas que encontramos em abundância em quem tem necessidades especiais.

Já reparou que os bares e discotecas frequentados por homossexuais não tem estrutura para receber quem necessita, por exemplo, de cadeira de rodas?

Aliás, com sinceridade, até hoje você já tinha pensado que existem deficientes físicos homossexuais e que eles enfrentam todo o tipo de contratempos na ânsia de encontrarem o seu grande amor?

É pública e notória a tendência de alguns dos homossexuais, principalmente masculinos, em cultivarem o corpo perfeito (como se isso fosse o mais importante no ser humano!). Isso exclui à partida quem precisa, por exemplo, de cadeira de rodas para se locomover.

Vendo por este ângulo, quem é o verdadeiro deficiente? Os que vazios de conceitos cultivam arduamente o corpo, como se a «embalagem» é que realmente importasse, ou aqueles cuja beleza física fica pálida diante da luz que emana das suas almas cansadas de tanto sofrimento?

Não podemos também esquecer que «às pessoas portadoras de deficiências, assiste o direito, inerente a todo a qualquer ser humano, de ser respeitado, sejam quais forem os seus antecedentes, natureza e severidade da sua deficiência. Elas têm os mesmos direitos que os outros indivíduos da mesma idade, facto que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível».

O grau de dificuldade na conquista de um companheiro, depende muito de como a pessoa deficiente, encara a deficiência, se tem muitos preconceitos em relação a ela mesma, se se aceita, se gosta de si mesma. Outros pontos externos também valem muito: se estuda ou estudou, se trabalha, se consegue ganhar dinheiro, se pode comprar as coisas de que precisa, se consegue sustentar-se e satisfazer as suas necessidades diárias, sem muita dependência de outras pessoas. Tudo isto conduz a um maior bem-estar pessoal, a uma melhor posição perante a vida e a uma maior alegria de viver.

Curiosidade, repulsa, pena, atracção são coisas que têm muito impacto no primeiro momento, mas só conquistamos o outro com o tempo, convivendo. Existem pessoas que olham o deficiente e sempre terão dó; outras que sentem a maior atracção; outras ainda têm grande curiosidade, ou querem conhecer melhor, porque o acham bonito, brincalhão, interessante... e assim começa um relacionamento.

Quanto mais o deficiente homossexual se mostrar mais vai observando se tem chances ou não, e assim, as pessoas que os aceitam vão-se aproximando e as que não aceitam vão-se distanciando.

É claro que existe preconceito dentro e fora da comunidade homossexual. Na comunidade homossexual, em larga medida parece que nos preocupamos em viver para o momento, como se o amanhã não existisse; temos muita preocupação (ou talvez não!) pelos doentes com SIDA, mas esquecemo-nos dos homossexuais com deficiência. Muitos homossexuais passam pela vida de forma fútil valorando os corpos, as roupas, as relações fugazes. Mas quando se é um homossexual com alguma deficiência, já não se tem "aquele toque". Quantos homossexuais com deficiência se sentem como se não pertencessem ali?

E afinal que nos pedem os homossexuais com deficiência? Que procuram? O mesmo que nós todos: SEREM FELIZES E ACEITES POR AQUILO QUE SÃO E VALEM!

Fonte: http://aphm.no.sapo.pt/deficiencia/deficiencia.html

domingo, março 05, 2006

VIGÍLIA POR GISBERTA



Torturada ao longo de dias, vítima de sevícias sexuais, assassinada com extrema brutalidade.
GISBERTA tinha uma vida que os meios de comunicação social têm distorcido e um rosto que têm omitido. Um rosto, e um crime, que não permitimos que seja esquecido ou caia no esquecimento sem consequência , como se de um facto banal se tratasse.

Sem-abrigo, transexual, imigrante, seropositiva, utilizadora de drogas, trabalhadora do sexo, assassinada por crianças e jovens de uma "instituição de menores". Das fragilidades de Gisberta ao inferno e discriminação social que representa o sistema de (des)protecção de menores em Portugal, uma acumulação de exclusões e, infelizmente, motivos de discriminação permanente na sociedade portuguesa.

Situar a resposta ao crime no baixar da idade para a responsabilização criminal é lavar as mãos do Estado. Este que assuma as responsabilidades que nunca assumiu sobre as crianças em risco, ao invés de os abandonar em instituições da Igreja e à educação parcial que nelas se pratica. A Justiça que assuma a responsabilidade criminal de quem já tem idade para isso. Mas que não se menorize o crime em si com o argumento da idade dos agressores.

VIGÍLIA POR GISBERTA
Frente ao Patriarcado de Lisboa
Campo de Santa Clara
5ª feira, 9 de Março, às19h


* PARA DIGNIFICAR A MEMÓRIA DAVÍTIMA
* PARA EXIGIR A PROFUNDA REFORMA DO SISTEMA DE PROTECÇÃO E ACOLHIMENTO DE MENORES EM RISCO
* PARA EXIGIR LESGISLAÇÃO ABRANGENTE CONTRA OS CRIMES MOTIVADOS PELO ÓDIO E PELO CONJUNTO DOS PRECONCEITOS ASSOCIADOS A ESTE CRIME"

fonte: Panteras Rosa

sábado, março 04, 2006

Crónica do Diário de Notícias de 27/02/2006

1. A homossexualidade não é natural, como a pílula ou os canais televisivos para adultos. Aliás, toda a sexualidade humana não é natural, já que a espécie copula de Janeiro a Dezembro, coisa rara e nunca vista, mesmo nos primatas superiores. Vejam se o orangotango, o macaco rhesus e o chimpanzé lá são capazes de tais proezas;

2. O casamento de homossexuais destrói a instituição. Os divórcios, as separações e as uniões de facto, também. Exceptuam-se as anulações decretadas pelo poder papal que servem para proteger e dignificar o matrimónio;

3. O casamento é uma instituição milenar, logo não pode ser alterado, devendo manter-se a subjugação da mulher. Exceptuam-se os malvados da Igreja Anglicana, que mudaram os seus bons costumes graças às urgentes paixões de Henrique VIII, o que custou a cabeça a Thomas Moore. Face ao matrimónio, não há utopia que nos salve;

4. O casamento de homossexuais cria um precedente para todo o tipo de comportamentos inaceitáveis: poligamia, incesto e o enlace nupcial com animais. Estudos empíricos mostram que a assunção da homossexualidade conduz a uma inevitável exposição pública de bizarrias, como um coronel inglês beijando na boca uma caniche, em Trafalgar Square. Cada vez que se muda uma prática civilizacional, passa a valer tudo. O sufrágio universal foi acompanhado pelo direito de voto dos recém-nascidos, dos animais e das plantas. A abolição da pena de morte implicou o passeio impune dos assassinos. O fim da escravatura levou à saída dos porcos dos currais.

5. O casamento de homossexuais não deve ser legalizado porque, sendo recente em vários países, não podemos aferir as suas consequências. A mesma razão deveria ter impedido essa coisa indesejável chamada Revolução Francesa, que introduziu conceitos como Liberdade (!), Igualdade (!!) e Fraternidade (!!!), noções que até aí não tinham sido experimentadas;

6. O casamento homossexual não pode ser válido porque não gera bebés. Tal como os casamentos de casais inférteis, idosos ou casais que simplesmente não querem ter filhos;

7. O casamento homossexual deve permanecer interditado porque duas pessoas do mesmo sexo não podem educar crianças. Como se sabe, todos os homossexuais são filhos de homossexuais. Do mesmo modo, devem ser proibidas as famílias monoparentais, mesmo em caso de viuvez.

Joana Amaral Dias