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quinta-feira, dezembro 21, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Prémios Média 2006
Este evento pretende homenagear as figuras da comunicação social, artes e espectáculo em Portugal que através do seu trabalho dão visibilidade a algumas das muitas dificuldades sentidas pelos jovens homossexuais, bissexuais ou transgéneros. Ao contribuirem para a desconstrução de estereótipos, erradamente associados à orientação sexual ou à identidade de género, consegue-se, em linhas gerais, dar mais um passo no sentido da erradicação do preconceito e da discriminação. Em suma, pretende-se distinguir as figuras que se destacaram pela sua postura activa na visibilidade da situação da juventude lésbica, gay, bissexual e transgénera (LGBT) através de uma abordagem positiva.
Os jovens LGBT, segmento da população que constitui o alvo primordial do trabalho que desenvolve a rede ex aequo, a certa altura da sua vida descobrem que a sua orientação sexual ou identidade de género é diferente da norma. Não possuindo informação e com receio de pedir apoio para evitar a discriminação dos colegas, amigos e familiares passam por momentos difíceis, levando, entre outras situações, à solidão, ao isolamento, a comportamentos de risco, à depressão, à baixa auto-estima, ao insucesso escolar e, em casos extremos, mas demasiado frequentes, ao suicídio.
A rede ex aequo considera que estas situações graves, originadas pelo preconceito e discriminação existente na nossa sociedade, devem ser combatidas, enquanto vigentes, por todos aqueles que defendem um mundo igualitário e respeitador das diferenças. A educação para a diferença e para a diversidade, a promoção de atmosferas seguras e esclarecedoras para jovens LGBT e a denúncia de casos de homo e transfobia nos espaços educativos são vectores dos nossos principais projectos em curso pelo país.
Assim, reconhecendo o contributo significativo dado no sentido da inversão das situações de homofobia e transfobia que afectam a população LGBT, em especial a juventude, a rede ex aequo, na sua 2ª edição dos Prémios Média, decidiu distinguir, em ex-aequo, as seguintes figuras:
Diogo Infante, Director do Teatro Maria Matos, pela encenação da peça de teatro "Laramie " (presença confirmada)
"Laramie" de Moisés Kaufan. Esta encenação baseada em factos reais retrata o homicídio de um jovem homossexual numa até então pacata localidade dos Estados Unidos, Laramie. É de reconhecer o desejo de principiar uma nova fase do Teatro Maria Matos, com esta peça em especial, que denunciou publicamente através da Arte uma situação extrema de homofobia, espelhando e alertando para cenários semelhantes vividos por outros jovens.
Jorge Wemans, Director de Programas da 2:, pela exibição de séries de temática LGBT (confirmada a presença de Bruno Santos, Sub-director de programas da 2:)
Em 2006 assiste-se na televisão portuguesa a uma abertura sem precedentes de séries de temática exclusivamente LGBT ou com esta temática incluída de modo significativo. A visibilidade trazida pelas séries "L Word" – A Letra L; "Queer as Folk" – Diferentes como Nós; "The line of beauty" - A linha da beleza"; " Six Feet Under" - Sete Palmos de Terra, entre outros programas, quebra através do poder mediático da própria televisão o tabu a que a temática LGBT ainda é submetida e torna visível, através da ficção, o dia-a-dia e os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo que se amam, promovendo a sua visibilidade e consequente diminuição dos preconceitos.
Sónia Morais Santos, Jornalista, pela reportagem "Quando o corpo e a alma se desencontram" publicada no Diário de Notícias (representação no evento pelos familiares)
A 5 de Março de 2006, uma reportagem publicada no Diário de Notícias aborda de forma esclarecedora algumas dificuldades que enfrenta a população transexual, sendo esta informação especialmente positiva para a juventude transgénera, já que tornou visível dados factuais, objectivos, aprofundados e completos sobre a transexualidade.
Diogo Morgado e Luís Gaspar, Actores, e Teresa Guilherme, Produtora Executiva, pela série "Aqui não há quem viva" (presenças não confirmadas até ao momento)
Uma série que soube retratar a vivência complexa de um casal de jovens homossexuais através do humor, salientando a componente afectiva desta relação. "Aqui não há quem viva" arrojou exibir a encenação de uma prova de amor em prime-time, entre dois homens: um beijo. Teresa Guilherme é a responsável pela importação desta série de sucesso no país vizinho trazendo a visibilidade deste tema junto do público português. Diogo Morgado e Luís Gaspar assumiram o papel do casal de jovens homossexuais na série.
Site do evento: www.ex-aequo.web.pt/premiosmedia.html