deSócrates, Portas e boatos
Saiu numa destas edições do DN um texto de opinião de Bettencourt Resendes (ex-director do jornal) sobre boatos relacionados com políticos. Apesar de o não referir explicitamente por motivos óbvios, trata-se de uma tomada de posição sobre boatos que começaram a circular entre a comunidade jornalística e outra relativos à vida pessoal de José Sócrates.
«Vale a pena revisitar, já com algum distanciamento histórico, o que se passou com Francisco Sá Carneiro nos finais dos anos 70 oriundo de uma família católica e conservadora do Porto, assumiu uma ligação extramatrimonial com uma estrangeira (natural da Suécia, país muito presente no imaginário do machismo lusitano). Alguns dos seus adversários políticos da altura pensaram ter aí um argumento de combate eleitoral. Enganaram-se redondamente: Sá Carneiro mobilizou os votos do centro e da direita e conseguiu que a maioria do Portugal conservador aceitasse Snu Abecasis sem questionar a legitimidade da ligação. Recordo que, na altura, não foi fácil explicar o episódio a alguns jornalistas de outros países, perplexos com um comportamento colectivo em nada condicente com os padrões de uma sociedade católica e pouco desenvolvida.Os últimos anos deixaram ainda claro que a orientação sexual (mais ou menos assumida) de figuras públicas não funciona como factor de desqualificação profissional ou de penalização eleitoral. Convém, de qualquer forma, esbater algumas ilusões. Apesar da prudência dominante nos media, as coisas já não são o que eram e há alguns indícios preocupantes de que se aproximam tempos de «vale tudo». Em plena pré-campanha eleitoral, não é difícil identificar as movimentações dos profissionais do boato, que avançam, sem escrúpulo, na tentativa de compensação de défices de capacidade política. Duvida-se de que colham dividendos, mas é bom estarmos prevenidos contra golpes baixos»
O texto completo encontra-se aqui.
«Vale a pena revisitar, já com algum distanciamento histórico, o que se passou com Francisco Sá Carneiro nos finais dos anos 70 oriundo de uma família católica e conservadora do Porto, assumiu uma ligação extramatrimonial com uma estrangeira (natural da Suécia, país muito presente no imaginário do machismo lusitano). Alguns dos seus adversários políticos da altura pensaram ter aí um argumento de combate eleitoral. Enganaram-se redondamente: Sá Carneiro mobilizou os votos do centro e da direita e conseguiu que a maioria do Portugal conservador aceitasse Snu Abecasis sem questionar a legitimidade da ligação. Recordo que, na altura, não foi fácil explicar o episódio a alguns jornalistas de outros países, perplexos com um comportamento colectivo em nada condicente com os padrões de uma sociedade católica e pouco desenvolvida.Os últimos anos deixaram ainda claro que a orientação sexual (mais ou menos assumida) de figuras públicas não funciona como factor de desqualificação profissional ou de penalização eleitoral. Convém, de qualquer forma, esbater algumas ilusões. Apesar da prudência dominante nos media, as coisas já não são o que eram e há alguns indícios preocupantes de que se aproximam tempos de «vale tudo». Em plena pré-campanha eleitoral, não é difícil identificar as movimentações dos profissionais do boato, que avançam, sem escrúpulo, na tentativa de compensação de défices de capacidade política. Duvida-se de que colham dividendos, mas é bom estarmos prevenidos contra golpes baixos»
O texto completo encontra-se aqui.
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