ASSASSINO GOSTO
Nas veias ferve-me a irada vontade
De arrancar, sangrando, a alma pelo peito
A todo o infame que contra tua seriedade
Ouse mover-se com sedução ou desrespeito
Nutre meu espírito um ódio tão profundo
Pelos que não entendem que és só meu
Que ribeiros de sangue manchariam o mundo
Acaso te tocassem outros que não eu
E até me rebelo contra os inevitáveis passados
Que o anjo guarda, memorados, em si
Desejando arrenegar o nome dos seus amados
Por quem eu, enciumado, tanto sofri
Sim – decreta, ò obscura Potestade do Inferno
Um castigo tal que até da sepultura os mortos levante
Para condenar em vida ao suplício eterno
Os nojento bastardos que mo tiveram por amante.
Tortura, Meritíssimo, quem por mim se fez passar
Enlevando no mais pérfido e doloso engano
A inocência que hoje me têm, sincero, a amar
E me volve o espírito em torturado insano
Como não bastasse o desaforo da culpa sua
Quer ainda a meus olhos dá-la como conluiada
Supondo que o meu bem por ela diminua
Ou que a crueza da expiação seja atenuada
Deste crime acreditando ser inequívoco culpado
Por ver na traição ao valor que tinha a defender
De quanta mentira era capaz o ímpio celerado
O Ominoso seu veredicto daria a conhecer:
«– Infringiste o mando dos poderosos céus
Ó fingido defensor da lei imensa
E agora te sentas no banco dos réus
Para ouvir de mim a mais negra sentença
Este tribunal te considera «Culpado»
E tendo na dor da justiça a férrea consequência
Pela ordem das estrelas teres profanado
Assim declaro encerrada a audiência!»
Ouvi-me imbecis: eu sou o júri, o juiz e a lei!
Rio sem lástima alguma perante a vossa partida,
E no fim, irei cuspir-vos ao túmulo que preparei
E regozijar-me por com ele ter ficado na vida
Ah!, mas isto não entenderá nunca do bem-querer
Quem as recriminações e o ciúme desconhece!
Pois embora conceda ele na vida grande prazer
Amaldiçoa a estrela de quem a ele se arremete!
via: káir
De arrancar, sangrando, a alma pelo peito
A todo o infame que contra tua seriedade
Ouse mover-se com sedução ou desrespeito
Nutre meu espírito um ódio tão profundo
Pelos que não entendem que és só meu
Que ribeiros de sangue manchariam o mundo
Acaso te tocassem outros que não eu
E até me rebelo contra os inevitáveis passados
Que o anjo guarda, memorados, em si
Desejando arrenegar o nome dos seus amados
Por quem eu, enciumado, tanto sofri
Sim – decreta, ò obscura Potestade do Inferno
Um castigo tal que até da sepultura os mortos levante
Para condenar em vida ao suplício eterno
Os nojento bastardos que mo tiveram por amante.
Tortura, Meritíssimo, quem por mim se fez passar
Enlevando no mais pérfido e doloso engano
A inocência que hoje me têm, sincero, a amar
E me volve o espírito em torturado insano
Como não bastasse o desaforo da culpa sua
Quer ainda a meus olhos dá-la como conluiada
Supondo que o meu bem por ela diminua
Ou que a crueza da expiação seja atenuada
Deste crime acreditando ser inequívoco culpado
Por ver na traição ao valor que tinha a defender
De quanta mentira era capaz o ímpio celerado
O Ominoso seu veredicto daria a conhecer:
«– Infringiste o mando dos poderosos céus
Ó fingido defensor da lei imensa
E agora te sentas no banco dos réus
Para ouvir de mim a mais negra sentença
Este tribunal te considera «Culpado»
E tendo na dor da justiça a férrea consequência
Pela ordem das estrelas teres profanado
Assim declaro encerrada a audiência!»
Ouvi-me imbecis: eu sou o júri, o juiz e a lei!
Rio sem lástima alguma perante a vossa partida,
E no fim, irei cuspir-vos ao túmulo que preparei
E regozijar-me por com ele ter ficado na vida
Ah!, mas isto não entenderá nunca do bem-querer
Quem as recriminações e o ciúme desconhece!
Pois embora conceda ele na vida grande prazer
Amaldiçoa a estrela de quem a ele se arremete!
via: káir
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